Alguma
forma o mantêm refém dos olhos arregalados. Eles desejam repousar e não
sucedem. Desejam retirar o fluxo, mas apenas o que recebem é a indesejável
insônia inesperada. A noite sempre foi amiga. Não parece comum ter essas
sensações. A cabeça gira com o cheiro de pó e o calor dominante. Os braços
tremem com o suor e os dedos inquietos permanecem acordados a procura de
respostas. As quatro paredes que o comprimem não são suficientes para salvá-lo
de si mesmo. Nunca se sabe o que vem adiante. O pretume do céu e o breu das
cálidas ruas sempre guardam os segredos e as resoluções. E a mente caminha
sozinha pelos becos sujos de qualquer lugar.
Atordoado,
abre as portas e as atravessa rua afora. Dá dois passos e hesita voltar à cama.
A dor da dúvida é sempre maior. É sempre presente. Mirava aos pés como se lhe
dessem esperança. E a situação nauseava de toda monotonia. A solidão vinha
chegando, trazendo consigo o seu caráter individualista. Tudo que temia,
possivelmente, tornar-se-ia realidade. O medo ataca e bagunça a casa, flagela
os sentidos, condena o corpo e empobrece a alma.
Mabs.
sobre ócio.
04.01.14
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