terça-feira, 13 de maio de 2014

nuit d'un été solitaire



Alguma forma o mantêm refém dos olhos arregalados. Eles desejam repousar e não sucedem. Desejam retirar o fluxo, mas apenas o que recebem é a indesejável insônia inesperada. A noite sempre foi amiga. Não parece comum ter essas sensações. A cabeça gira com o cheiro de pó e o calor dominante. Os braços tremem com o suor e os dedos inquietos permanecem acordados a procura de respostas. As quatro paredes que o comprimem não são suficientes para salvá-lo de si mesmo. Nunca se sabe o que vem adiante. O pretume do céu e o breu das cálidas ruas sempre guardam os segredos e as resoluções. E a mente caminha sozinha pelos becos sujos de qualquer lugar.
Atordoado, abre as portas e as atravessa rua afora. Dá dois passos e hesita voltar à cama. A dor da dúvida é sempre maior. É sempre presente. Mirava aos pés como se lhe dessem esperança. E a situação nauseava de toda monotonia. A solidão vinha chegando, trazendo consigo o seu caráter individualista. Tudo que temia, possivelmente, tornar-se-ia realidade. O medo ataca e bagunça a casa, flagela os sentidos, condena o corpo e empobrece a alma. 

Mabs.
sobre ócio.
04.01.14

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