terça-feira, 13 de maio de 2014
nuit d'un été solitaire
bleu est une couleur chaude
Obrigado, Adèle.
aqui, porque choras.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
eu refuto,
os olhos de ressaca
os dias acinzentados
as bocas que beijei
as pernas que me entrelaço
os passos de ontem
os cabelos amassados
as vidas fodidas
as mortes futuras
os choros de horror
os gemidos de gozo
as correntes de ar
as cordas do teu violão
os livros empoeirados
os discos arranhados
as canecas de café
as taças manchadas de vinho
os pés que retrocedem
os maços de cigarro
as risadas à meia-luz
as sombras que vivemos
os lençóis amassados
os corpos quentes
as línguas ágeis
as salivas espessas
eu refuto
a vida que vivemos,
mas ainda agradeço
e espero.
e amenizo
e choro
e sorrio
mas morro
e te refuto.
domingo, 11 de maio de 2014
portrait de l'hiver
Eis aqui
Lembrança de teu sorriso
Que resta de teu prazer
Eis aqui,
A rosa cor-de-vinho
Que nunca vida foste.
Eis aqui,
O poeta que sonhastes.
A gota de esperança
Que nos falta.
saliva desperdiçada.
contravento entre os cabelos
batom que pinta teus lábios.
o abraço
o beijo
que refutas.
eis aqui
o marco do conflito
de toda dor.
Eis aqui vida
A nossa vida.
domingo, 4 de maio de 2014
Cara flor,
Sinto em dizer-te
Que o amor aqui se esvai
Não eres mais como foste
quando presa a teus ramos.
Matei-a ao colher-te.
Mas teu caule pouco
Espetou-me curiosidade.
Tuas pétalas,
desfizeram-se
Ao tocar-te.
Teu perfume
não me exala
o calor precendente.
Não me prende
ao terror do amor
de outrora.
Mas sei que culpa tua
Não foste.
Apenas os olhos mudaram.
Já não te encaram de trato.
Mas, e depois?
O depois mata.
E o presente
Me prepara à tua morte.
Obrigade, flor.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
ao (finge) amar
Às vezes brinco de amar.
Procuro a vítima mais próxima.
Digo-a que a adoro.
Pressiono-a contra meu peito.
Finjo ser amigo.
Digo o que é preciso.
Sou ausente.
Mas sou supercarente.
Eu as amo: as pessoas.
Mas já não amo mais.
Eu as odeio.
Eu as provoco.
Ignoro.
Crio asco.
Admiro seus esforços.
Mas no fim
A história acaba.