Eu sou uma tragédia declarada.
Ponho-me a pensar de tal forma.
Não me rendo as esquinas que passo.
Menos ainda nas que te encontro.
Mas ser humano é trágico por natureza.
Tudo propõe-se a tal fato:
os passos que dou;
os beijos que refuto;
os rostos que desprezo;
os banhos de lua que me rendo;
os corpos que me deito;
e os sonhos que gozo.
Beleza traz-me ao asco.
Horror.
Embora busque o refúgio
nos pequenos prazeres quotidianos.
Somos todos tragédias.
E a vida, o nosso teatro.
Você: o público que nos aplaude.
Tento fugir à realidade.
Embora viva o que há
pra se viver e respirar.
Daí então,
ela sangra
ao seu jeito dilacerante.
Mas de um jeito
ou de outro,
ela tem-me vivo.
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