quarta-feira, 19 de novembro de 2014

peixe

imerso
descubro-me extasiado.
mergulho.
e quando afogado,
suprimo
os sentidos.
liberto
as asas-peixe.
nado
e nada-vácuo encontro.
juro e morro
afogado
em mim.

cigarros, um reescrito

de trago em trago
trago a vida
e a inegável eminência
da morte.

de trago em trago
trago em sonhos
o silêncio da dor
de um peito livre

de trago em trago
trago a verdade
exposta à farsa
e o teatro
que é viver

de trago em trago
trago a certeza
do próximo cigarro
acender

por morrer em paz
no silêncio
da minha razão
na dor da afirmação
e na fé da minha luta.

sábado, 8 de novembro de 2014

alma

nestas circunstâncias
nestes dias tantos
em que fujo viver
um pranto

eu quero tanto
eu peço tanto

que esta alma
cálida e confusa
fosse salva deste plano

que esta vida que respiro
fosse burra, curta e lenta

que as feridas
fossem cavas ao profundo

e que esta gangrena
a necrosa poética
viesse tida como bela

que viesse forte
comer a razão
a minha

a razão
da qual nunca tive.

domingo, 2 de novembro de 2014

SÓ A POESIA SALVA
SÓ A POESIA SALVA
SÓ A POESIA SALVA
SÓ A POESIA SALVA
SÓ A POESIA SALVA